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Silêncio para ouvir Deus

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Em todos os tempos, os emissários de Deus recomendaram o silêncio profundo, a fim de que se possa ouvir-Lhe a voz e senti-lO mais intimamente.

Os ruídos e tumultos desviam o pensamento que se deve fixar no elevado objetivo de comunhão com a Divindade, para poder-se haurir energias vitalizadoras capazes de sustentar o Espírito nos embates inevitáveis do processo de evolução.

Quando se mergulha no mundo íntimo, encontram-se as mensagens sublimes da sabedoria, aquelas que constituem o alimento básico de sustentação da vida e, sem as quais, os objetivos essenciais da existência cedem lugar aos prazeres trêfegos e enganosos.

Os distúrbios externos, produzidos pela balbúrdia, desviam a mente para os tormentos exteriores, que tornam a marcha física insuportável, quando se constata a fragilidade das suas construções emocionais.

Em tentativa de atender a todas as excentricidades do vozerio do mundo, a mente desloca-se da meta essencial e perde o foco que lhe constitui o objetivo fundamental.

Quando o Espírito se encontra atordoado pela balbúrdia, o discernimento faz-se confuso e os componentes mentais e emocionais deslocam-se da atenção que deve ser concedida ao essencial, em benefício das aquisições secundárias, sempre incapazes de acalmar o coração.

Algumas vezes, alcança-se o topo do triunfo, meta muito buscada, a fama ligeira, a posição de destaque no grupo social, o riso bajulador e mentiroso, sob o pesado tributo dos conflitos internos que permanecem vorazes e desconhecidos, sempre em agitação.

Deus necessita do silêncio humano, a fim de fazer-se ouvido por quem deseje manter contato com a Sua Paternidade.

A Sua mensagem sempre tem sido transmitida após a transposição dos abismos externos e dos tumultos das paixões desarvoradas, permanecendo no ar, aguardando ser captada.

No imenso silêncio do monte Sinai, a Sua voz transmitiu a Moisés as regras de ouro do Decálogo, mas não deixou de prosseguir enviando novas instruções para a conquista da harmonia, da plenitude.

Na antiguidade oriental, a Sua palavra fazia-se ouvir através dos sensitivos de vária denominação, conclamando à paz, à vitória sobre os impositivos exteriores predominantes no ser.

Nas furnas e nas cavernas, nas paisagens ermas desvelava-se, oferecendo o conhecimento da verdade que deveria ser assimilado, lentamente, através dos tempos.

Mesmo Jesus, após atender as multidões que se sucediam esfaimadas de pão, de paz, de luz, buscava o refúgio da solidão para, em silêncio, poder ouvi-lO no santuário íntimo.

Robustecido pelas poderosas energias da comunhão com o Pai, volvia ao tumulto e desespero das massas insaciáveis, a fim de diminuir-lhes as dores e a loucura que tomava conta do imenso rebanho.

Simultaneamente, porém, proclamou que o Reino dos Céus encontra-se no coração, no íntimo do ser.

*

Nestes dias agitados, faz-se necessário que se busque o silêncio para renovar-se as paisagens íntimas e ouvi-lO atentamente, pacificando-se.

À semelhança das ondas que permitem a comunicação terrestre, imprescindível que haja conexão para serem captadas. Estão carregadas de mensagens de todo jaez, mas, sem a sintonia apropriada, nada transmitem, parecendo não existir.

Habitua-te ao silêncio que faz muito bem.

Não temas a viagem interior, o encontro contigo mesmo, nas regiões profundas dos arcanos espirituais.

Necessitas ouvir-te para bem te conheceres e traçares os caminhos por onde deverás seguir com segurança e otimismo.

Observarás que és um enigma para ti mesmo, que te encontras oculto sob sucessivas camadas de disfarces que te impedem apresentar a autenticidade.

De essência divina, possuis o conhecimento e és dotado de sabedoria que aguardam o momento de desvelar-se.

Reflexiona, portanto, quanto possas, a fim de libertar-te das algemas que te escravizam à aparência, sem conceder-te o conforto do autoaprimoramento.

A multiplicidade das vozes que gritam em torno de ti, impedem-te a conscientização dos valores que dignificam a existência.

Quando te habitues ao silêncio, sentir-te-ás luarizado pelas claridades sublimes do amor de Deus e ser-te-á muito fácil a travessia pelas estradas perigosas dos relacionamentos humanos.

Compreenderás que a paz defluente da autoconquista, nada consegue abalar.

Com segurança e serenidade agirás em qualquer circunstância, feliz ou tormentosa, sem desespero, com admirável harmonia.

Torna o silêncio uma necessidade terapêutica, abençoando-te a jornada, ao mesmo tempo em que te propicia alegria de viver.

Desfrutarás de contínua alegria, sem galhofas nem vulgaridades, em situação de bem-estar natural.

São Francisco de Assis buscava o acume dos montes e as cavernas para, em silêncio, ouvir Deus.

Mas, não somente ele.

Todos aqueles que aspiram a plenitude atendem aos deveres do mundo e refugiam-se no silêncio para os colóquios com Deus.

*

A exaustão que te toma o corpo e a mente, o vazio existencial que te visita com frequência, a apatia que te surpreende, a ansiedade que te aturde, são frutos espúrios da turbulência que te atinge.

Busca o silêncio e alcança-o.

Acalma-te e isola-te da multidão, uma e outra vez, e viaja calmamente no rumo do ser que és, e descobrirás tesouros imprevisíveis aguardando-te no interior.

Criado o hábito de incursionar, banhar-te-ás nas claridades refulgentes da palavra de Deus falando-te ao coração.

Não postergues a luminosa experiência, iniciando-a quanto antes.

Joanna de Ângelis.

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 9 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

Com equilíbrio

com equilíbrio

Eleja o equilíbrio como roteiro de vida.

Mil vezes você será chamado a praticá-lo.

Em um momento de alucinação como estes que ora se vivem, de disparates e saturação, de cansaço e de transtorno neurótico, o equilíbrio pessoal tem regime de urgência.

Uma chama insignificante lavra um incêndio destruidor.

Uma palavra cruel fere profundamente.

Uma gota de ácido na pele produz ferida de grave curso.

De igual maneira se manifesta o desequilíbrio. Ele responde por males variados na economia moral dos relacionamentos humanos.

Mágoa, sem justificativa, gera animosidade, destrói belos planos de ação edificante.

Exercite o equilíbrio.

Treine-o, mentalmente, evitando a intoxicação dos seus sentimentos.

Domine a irritação, que se faz efeito do cansaço, êmula da perturbação emocional.

O equilíbrio deve apresentar-se no momento infeliz, da provocação, da queixa, do aborrecimento.

Recorra à oração e cultive o otimismo como terapia mantenedora do seu equilíbrio.

Muitos insucessos podem ser evitados graças ao silêncio oportuno, ao gesto gentil, ao ato de paciência.

Não confunda equilíbrio com covardia.

É fácil reagir, deblaterar, produzir situações insustentáveis.

Coragem moral é manter-se com equilíbrio, especialmente quando outros o perdem.

Reserve-se a bênção da meditação, por alguns momentos todos os dias.

Poucos minutos extraídos de outros compromissos para meditar e adquirir equilíbrio, facultar-lhe-ão uma grande rentabilidade nos deveres abraçados.

Vigie as nascentes do coração das quais procedem os males, conforme acentuou Jesus, a fim de que o seu equilíbrio seja lição viva da sua fé e da sua realidade, não permitindo aos moralmente fracos, aos maus, a satisfação de levá-lo aos desequilíbrios, especialmente aos desencarnados em perturbação, que ainda se comprazem em afligir e infelicitar os que ficaram na roupagem carnal.

Tome como modelo Jesus, que sempre se manteve em equilíbrio em todas as situações, mesmo nas mais penosas e ingratas.

Marco Prisco

(Mensagem do livroDiretrizes para uma Vida Feliz, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco).

Influenciações espirituais sutis

O Evangelho Segundo o Espiritismo — Cap. XII — Item 3

O Livro dos Espíritos — Questão 524

influenciação espiritual

Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurando há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil.

Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião da humildade, da prece, do passe.

Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se:

— dificuldade de concentrar ideias em motivos otimistas;

— ausência de ambiente íntimo para elevar os sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante;

— indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastre imediato;

— aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los;

— pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão a condenar quem não tem culpa;

— interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade;

— hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto;

— ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;

— teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual consigo, mas, passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado.

São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.

O Espírito responsável pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta, clímax de negócio ou crise imprevista de serviço.

Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase-obsidiados, despercebidas, contudo bem mais frequentes, que minam as energias de uma só criatura incauta, mas influenciando o roteiro de legiões de outras.

Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?

Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você mesmo.

André Luiz

(Mensagem do livro Estude e viva, psicografado pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira).

 

Cascas sem frutos

Sucessivas vitórias humanas são devidas à aparência. A vida terrestre em multiformes arraiais de atividade, permite o êxito de superfície sem substância. Veste sem o ser. Casca sem fruto. Título sem conteúdo. Ilusão sem realidade.

Daí nascem mil contradições entre o íntimo e o exterior dos homens, forjando embaraços, remorsos, recalques para os obreiros de todas as profissões.

Tais desequilíbrios provocam, sobretudo, a desencarnação extemporânea de muita gente instalada no fastígio social, através de distúrbios emocionais e desastres circulatórios.

Numerosas vítimas desses conflitos, na condição de espíritos livres ainda experimentam os seus resultados, porque na existência espiritual não se permite fraudar o próprio existir.

O plano da verdade, não comporta lugar ou tempo para escapatórias. E legiões de consciências vibram num saudosismo martirizante fora do corpo, investindo inutilmente contra a realidade que as envolve. Sem energia para se renovarem, enfrentam condições adversas, fixam-se em lembranças injustificáveis e padecem.

Na viagem terrena não foram sinceras com os outros. Na Espiritualidade Maior, já que não conseguem torcer os fios da verdade em sucedâneos de passadas quimeras, intentam permanecer insinceras consigo mesmas e arranjam novas contradições mais exasperantes e que prejudicam em primeiro lugar a elas mesmas.

Esses fenômenos provocam o aparecimento de multidões de almas libertas do corpo carnal, surpreendentemente aguilhoadas a sensações dos órgãos físicos. Num paradoxo estranho mentalizam paisagens fictícias, ilhas artificiais de enganosa concepção, buscando estar à parte do Universo.

Espíritos amotinados em lutas inglórias, combatem os mecanismos inamovíveis das leis naturais. Anseiam sepultar a verdade além da morte por todos os meios, e por fim, exploram emocionalmente encarnados suscetíveis e desencarnados perturbados, em sintonia com eles, comunicando os dislates de que se fazem portadores.

Não podemos fechar ouvidos a essa ocorrência gritante. Nem calar fugindo ao toque dessa calamidade. Semelhantes quadros do Universo devem fazer refletir.

O impacto da morte na Terra surge mais real que qualquer êxito de superfície. Causa alguma do que é externo na esfera humana, foi estabelecida para durar sempre.

Veja em você mesmo a substância de que se compõe o destino. Se o aprendizado terrestre às vezes solicita o encobrimento construtivo disso ou daquilo, jamais deixa passar sem consequências o excesso que o simples bom senso repele.

O potencial de bondade em nós é sempre profundo: ninguém carrega nulidade total. Mas a experiência carnal tem o valor de seus frutos.

Acalme-se. Alegre-se. Crie fraternidade, confiando nas leis existentes, mas sem exagerar pela fantasia as circunstâncias que lhe fundamentam a vida.

Kelvin Van Dine

(Mensagem do livro Técnica de Viver, psicografado pelo médium Waldo Vieira).

 

Auxílios Invisíveis

 

“O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente na terra: ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e, por fim, a espiga cheia de grãos”. – (Marcos, 4:26 a 28.)

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Nem sempre conseguimos perceber com lucidez os auxílios espirituais que recebemos de Mais Alto. No entanto, nossa existência é controlada por uma Fonte Divina, perfeita e harmônica, cuja única intenção é a evolução das almas.

O que nós conhecemos não é a realidade, mas o que a nossa instrumentalidade pode perceber sobre ela. A plenitude da realidade é muito maior do que a ideia ou imagem que concebemos do mundo.

Podemos definir como “míope espiritual” aquele que toma a parte pelo todo e impõe a si e aos outros essa parte como sendo o todo.

Da mesma forma que não podemos calcular com precisão, e de modo consciente, os benefícios da respiração, da água, dos alimentos e das energias da Natureza em nossa vida orgânica, igualmente não nos damos conta dos benefícios da movimentação desencadeada pelos processos transcendentais que nos alcançam a vida íntima.

O Criador, Guardião de tudo o que existe, Artífice da máquina da vida, nos protege de forma contínua, suprindo-nos interna e externamente, quer reconheçamos, ou não, como verdadeira a Vida providencial.

Na vida física, a criatura se desenvolve sem notar precisamente como ocorre esse fenômeno invisível em seu cosmo orgânico. Do mesmo modo, espiritualmente, progredimos e amadurecemos sem perceber como se processam os insights, isto é, a clareza súbita na mente, ou os saltos evolutivos promovidos no interior de todas as coisas e seres viventes.

Jesus de Nazaré se reportou a esse respeito, afirmando: “O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente na terra: ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e, por fim, a espiga cheia de grãos”.

Não podemos acreditar que somos “órfãos do Universo”. Podemos chamar Deus de Providência, uma vez que o seu pensamento é que provê o espaço cósmico; podemos também intitulá-lo de Destino, pois ele é a Causalidade Excelsa. Igualmente podemos denominá-lo de Natureza, visto que tudo nasce de seu Psiquismo Criador.

Quando cremos que os auxílios invisíveis fazem parte de nossa existência, desenvolvemos o potencial de religiosidade – encontrar Deus em nós – e saímos das nossas zonas de conforto para níveis de consciência cada vez mais amplos e elevados.

No campo da fisiologia, o termo homeostase foi criado para definir o processo autorregulador pelo qual um organismo se mantém num adequado e constante ponto de equilíbrio.

É um mecanismo de proteção ou de compensação que o corpo físico dispõe para equilibrar as diversas funções e composições químicas internas, a saber: pressão arterial, temperatura corporal, pulsação cardíaca, taxa de açúcar no sangue e outras tantas.

Tomemos como exemplo a temperatura. Uma das funções da pele é ajudar a conter qualquer disposição do corpo de ficar demasiadamente quente ou frio.

O principal regulador da temperatura corporal acha-se localizado no cérebro (no hipotálamo). Ele possui termostatos para registrar a elevação e a queda de temperatura.

Ao menor sinal de excesso de calor, acelera-se a circulação do sangue na pele, e o calor dos órgãos internos se transporta para os pequenos vasos sanguíneos, abaixo da pele, ali se desfazendo.

O mesmo termostato estimula a atividade das glândulas sebáceas localizadas no fundo do tecido subcutâneo. O suor secretado pelas glândulas sudoríparas é destilado pelos poros através da transpiração, evaporando-se ao contato com o ar exterior, e isso proporciona um resfriamento eficaz.

Podemos traçar um paralelo entre o princípio da homeostase existente no organismo humano com o processo autorregulador atuante na estrutura da psique.

No inconsciente, o Self, arquétipo central que tem a função de unificar, reconciliar e reequilibrar todo o governo psíquico, mantém, de modo semelhante, uma sabedoria instintiva que pode corrigir desacertos e excessos da consciência, equilibrando-a e protegendo-a dos perigos da alienação.

Como psicólogo e psiquiatra, Jung foi quem melhor soube entender e respeitar a providencialidade do auxílio invisível que a tudo apoia e equilibra.

Jung colocou no centro de todo processo psicoterápico o princípio do “poder atuante e autônomo do inconsciente”. Em virtude disso, entendemos que a autêntica psicoterapia nada mais é do que “saber escutar e acompanhar” o outro, com ouvido empático, interpretando as manifestações e possibilidades oferecidas pelo poder criativo e atuante do próprio inconsciente.

Fazendo uma analogia da teoria do “poder criativo e autônomo do inconsciente” com os nossos conceitos, poderíamos interpretá-lo como a “onipresença e onipotência de Deus em nós”.

Com muita propriedade disse Cristo Jesus: “Em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: transporta-te daqui para lá, e ela se transportará, e nada vos será impossível”[1].

A fé de que se fala aqui é a entrega incondicional aos desígnios de Deus. Essa fé não se limita à esfera religiosa, não se identifica com estudos teológicos e eclesiásticos e não se deixa restringir a nenhuma igreja ou seita. Ninguém possui o monopólio dessa fé, uma vez que ninguém pode viver sem ela.

O auxílio invisível chega a todos nós com a mesma sutileza com que os raios do sol fazem aparecer o dia. Justos e injustos recebem invariavelmente o suprimento divino, e ele desce imperceptível sobre as criações e as criaturas como um orvalho fecundo fundamental à nossa vida de espíritos imortais.

Hammed

Mensagem do livro Um modo de entender: uma nova forma de viver, psicografado pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto. 

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O primeiro capítulo

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O primeiro capítulo
 
Allan Kardec, o respeitável professor Denizard Rivail, já havia organizado extensa porção das páginas reveladoras que constituiriam O Livro dos Espíritos.
Devotado observador, aliara inteligência e carinho, método e bom senso na formação da primeira obra que lançaria os fundamentos da Doutrina Espírita.
Não desconhecia que a sobrevivência da alma era tema empolgante no século. Entretanto, apontamentos e experimentações, em torno do assunto, alinhavam-se desordenados e nebulosos. Os fenômenos do intercâmbio pareciam ameaçados pela hipertrofia de espetaculosidade.
Saindo de humilde vilarejo da América do Norte, a comunicação com os Espíritos desencarnados atingira os mais cultos ambientes da Europa, originando infrutífero sensacionalismo. Era necessário surgisse alguém com bastante coragem para extrair do labirinto a linha básica da filosofia consoladora que os fatos consubstanciavam, irrefutáveis e abundantes.
Advertido por amigos da Espiritualidade de que a ele se atribuía, em nome do Senhor, a elevada missão de codificar os princípios espíritas, destinados à mais ampla reforma religiosa, pusera mãos ao trabalho, sem cogitar de sacrifícios. E adotando o sistema de perguntas e respostas, conseguira vasta colheita de esclarecimento e de luz.
Guardava consigo preciosas anotações acerca da constituição geral do Universo, surpreendentes informes sobre a vida de além-túmulo e belas asserções definindo as leis morais que orientam a Humanidade.
O material esparso equivalia quase que praticamente ao livro pronto. Contudo, era preciso estabelecer um ponto de partida. O primeiro compêndio do Espiritismo, endereçado ao presente e ao futuro, não podia prescindir de sólidos alicerces.
E, debruçado sobre a mesa de trabalho, em nevada noite do inverno de 1856, o Codificador interrogava a si mesmo: — Por onde começar? Pelas conclusões científicas ou pelas indagações filosóficas? Seria justo desligar a Doutrina, que vinha consagrar o antigo ensinamento do Cristo, de todo e qualquer apoio da fé na construção das bases que lhe diziam respeito?
O conhecimento humano!… — pensava ele — não se modificava o conhecimento humano todos os dias?… As ilações filosófico-científicas não eram as mesmas em todos os séculos… E valeria escravizar o Espiritismo à exaltação do cérebro, em prejuízo do sentimento?
Atormentado, via mentalmente os homens de seu tempo e de sua pátria, extraviados na sombra do materialismo demolidor…
A grande revolução que pretendera entronizar os direitos do Homem ainda estava presente no ar que ele respirava. Desde 2 de Dezembro de 1851, o governo de Luís Napoleão, que retomava as linhas do Império, permitia prisões em massa, com deliberada perseguição aos elementos de todas as classes sociais que não aplaudissem os planos do poder. Muitos membros da Assembleia haviam sofrido banimento e mais de vinte mil franceses jaziam deportados, muitos deles sem qualquer razão justa. Homens dignos eram enviados a regiões inóspitas, quando não eram confiados, no cárcere, à morte lenta.
O pensamento do missionário foi mais longe… Recordou-se de Voltaire e Rousseau, admiráveis condutores da inteligência, mas também precursores da ironia e do terror. Lembrou Condorcet, o filósofo e matemático, envenenando-se para escapar à guilhotina, e Marat, o médico e publicista, assassinado num banho de sangue, quando instigava a matança e a destruição.
Valeria a cultura da inteligência, só por si, quando, a par dos bens que espalhava, podia desmandar-se em sarcasmo arrasador e loucura furiosa?
Com o respeito que ele consagrava incondicionalmente à Ciência e à Filosofia, Kardec orou com todo o coração, suplicando a inspiração do Alto. Erguia-se-lhe a prece comovente, quando raios de amor lhe envolveram o Espírito inquieto e ele ouviu, na acústica da própria alma, vigoroso apelo íntimo: — “Não menosprezes a fé!… Não comeces a obra redentora sem a Bênção Divina!…”
E o Codificador, nimbado de luz, com a emotividade jubilosa de quem por fim encontrara solução a terrível problema, longamente sofrido, consagrou o primeiro capítulo de O Livro dos Espíritos à existência de Deus.
 
– Irmão X (Humberto de Campos).
(Do livro “Doutrina-escola” – Chico Xavier).

Auditórios sofisticados

Auditórios sofisticados em todos os tempos, os oradores mais hábeis, sempre que convidados a discursar nos auditórios que se celebrizaram por aqueles que ali passaram, tiveram a preocupação de dar à sua palavra os tons insuperáveis da sabedoria, em formulações cultas, que produzissem impacto e admiração inicial nos seus ouvintes.

Apelavam para as técnicas do discurso, citando personagens célebres e suas palavras, em tonalidades harmoniosas unidas à gesticulação bem estudada, de forma que pudessem produzir o desejado anelo da simpatia geral.

Era sempre muito grande a preocupação com o estilo e a forma, sem olvido, naturalmente, do conteúdo.

Nada obstante esses cuidados, quando as ideias não lhes eram conhecidas ou não lhes despertavam o interesse imediato, os presentes desviavam a atenção, demonstrando enfado ou desprezo pelo orador e sua mensagem.

O caso típico desse comportamento encontra-se na apresentação do Apóstolo Paulo, no Areópago, em Atenas.

A presunção e a falsa cultura que predominavam entre os intelectuais gregos, distantes dos postulados éticos de muitos dos seus nobres ancestrais, apesar de leve condescendência para com o expositor malvestido, deixaram de aceitar-lhe as informações, logo que ele aprofundou-se no tema, revelando a grandeza da personalidade de Jesus.

Empanturrados do hedonismo uns, e do cinismo filosófico outros, não dispunham de espaço mental para novas formulações em torno da vida e dos seus objetivos essenciais.

O tédio e a futilidade dominavam-lhes o comportamento, reservando a inteligência para os sofismas, silogismos e debates intermináveis quão inúteis, em que se exibiam, cada qual pretendendo ser mais hábil e profundo conhecedor do que o outro.

Perderam, pela vã filosofia, extraordinária oportunidade de travar contato com o Nazareno que desprezaram, porque Ele ressuscitara, o que lhes parecia mitológico, absurdo, insensato…

Antes havia sido Estêvão que, obrigado a defender-se das acrimoniosas e injustas acusações a respeito do seu ministério na Casa do Caminho, viu-se agredido fisicamente por

Saulo, o arrogante doutor da Lei, que lhe não participava das ideias, porque aferrado ao Judaísmo decadente.

Entre apupos e vociferações de toda ordem, o jovem cristão enfrentou os tiranos sem disfarçar a nobreza dos postulados que abraçava, abordando com lógica irretorquível as lições libertadoras de Jesus, por aquele mesmo sodalício condenado à morte pouco antes, porque se não submetera às suas tricas e objurgatórias.

A simplicidade e profundeza dos conceitos emitidos irritavam os opositores que, incapazes de debater no campo das ideias, apelavam para a desordem e a força, em vãs tentativas de intimidar o apóstolo preparado para o martírio.

Ainda hoje encontram-se no mundo os grandiosos auditórios onde desfilam as vaidades e multiplicam-se os déspotas disfarçados de portadores do conhecimento e formadores de opiniões.

Normalmente asfixiados pelo soez materialismo ou pelo daninho fanatismo religioso, consideram-se os únicos pensadores capazes de traçar comportamentos culturais para os demais, situando-se acima daqueles que não compartem as suas opiniões e aureolando-se dos louros da vitória em simulacro de parceiros das musas e dos deuses do Olimpo da cultura.

Parecem impassíveis às propostas de desenvolvimento intelecto-moral fora das suas escolas de pensamento e de fé, combatendo com acrimônia tudo e todos que se proponham a melhorar a situação espiritual da sociedade.

Suas tribunas e cátedras estão sempre reservadas aos pares, àqueles que são portadores dos títulos lisonjeiros que se permutam na disputa do estrelado magnífico da exaltação do ego.

Não que sejam escassos aqueloutros que, igualmente portadores dos louvores dos centros de cultura e de ciência, estão abertos a novas reflexões e análises do que ignoram, abraçando os resultados defluentes da investigação que se permitem afanosamente, de imediato transmitidos aos demais.

São esses verdadeiros estoicos da abnegação e da coragem que mantêm acesa a claridade do conhecimento livre, que se reconhecem como aprendizes da Vida, sempre crescendo no rumo da plenitude intelectual, sem a perda dos elevados compromissos éticos indispensáveis à existência enobrecida.

Diante dos paradoxos de tal natureza, torna-se imprescindível a todo aquele que divulga as incomparáveis lições em torno da imortalidade da alma não temer a presunção e o fastio da falsa e dourada cultura, usando cátedras, tribunas ou os singelos recintos de edificação espiritual, qual o fizeram, a princípio, Estêvão na Casa do Caminho e Paulo nas mais diversas situações, inclusive na Domus Aurea, em Roma, diante da truculência de Nero, cirurgiando os tumores malignos da hipocrisia e da promiscuidade, enquanto aplicava o mercúrio cromo para a cura desses males, em forma da mensagem de Jesus.

Provavelmente, os untuosos dominadores mundanos rejeitarão a partitura musical da inolvidável Palavra, mas nunca se olvidarão desses momentos sinfônicos em que a escutaram, apesar dos ouvidos entorpecidos pela mentira e a mente atribulada pelos interesses subalternos.

Nunca preocupar-se em demasia, portanto, todo aquele que se dispõe a elucidar a ignorância e disseminar a verdade em nome de Jesus, especialmente através do Espiritismo, com os cultores da inteligência trabalhada pelo academicismo tradicional, mais preocupado em dar brilho ao conhecimento, colocando os seus iluminados distantes das necessidades humanas, que alguns se recusam atender.

As tribunas clássicas dos debates culturais vêm sendo corroídas pelo tempo, que lhes tem imposto novos comportamentos, enquanto os exemplos daqueles que usam a palavra na construção e manutenção da ética da solidariedade e do amor permanecem solucionando os graves problemas que afligem a sociedade.

A palavra espírita é simples e desataviada, tendo como escopo conduzir as mentes e os sentimentos às esferas da harmonia mediante a razão e o discernimento, porque totalmente livre de adereços e dependências dostatus quo.

Ela é destinada a todos os indivíduos que se encontram na Terra, sejam eles intelectuais ou modestos cultivadores do solo, administradores poderosos ou mendigos, exemplos de saúde ou enfermos, possuidores de riquezas materiais ou despojados de todos os bens, qual ocorreu com os ensinamentos de Jesus que foram direcionados para todos os biótipos humanos. Entretanto, não será ouvida pelos discutidores inveterados, pelos que se encontram empanturrados de presunção e se acreditam bem situados nos acolchoados da inutilidade.

Verberando o erro e orientando a conduta saudável, a Mensagem deve chegar aos ouvidos das necessidades como brisa perfumada em plena primavera, que impregna e nunca mais desaparece.

Em qualquer lugar, portanto, seja a nobre sala das conferências, o modesto recinto da Casa Espírita, o santuário da Natureza, o confortável areópago das grandes cidades, o contato com o transeunte, o verbo eloquente e abençoado poderá atender os transeuntes carnais, para os quais os Espíritos nobres elaboraram, com Allan Kardec, a Codificação.

 

 

Vianna de Carvalho

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 10 de junho de 2011, no G-19, em Zurique, Suíça.)

Fonte: Reformador / Dezembro 2011

Livro: Sexo e Consciência – Divaldo – Relacionamentos Ilusórios

Livro: Sexo e Consciência – Divaldo – Relacionamentos Ilusórios
 
Divaldo contando o que Chico lhe disse:
 
Narrou-me, como certamente a outros amigos que, em certa ocasião, foi assessorado por uma senhora muito perturbada na área do sexo. Ela tentou seduzi-lo de todas as formas. A dama, que também era médium, conversando com o apóstolo de Uberaba, propôs:
— Chico, eu venho aqui em nome do Dr. Bezerra de Menezes. Eu gostaria de dizer que ele
deseja reencarnar em breve. Ele me informou que para isso precisa da minha energia e do seu
plasma.
Chico respondeu:
— Então pode dizer-lhe, que irá ficar no Além por muito tempo! Porque o meu plasma ele não
terá de jeito nenhum!
Ao final da narrativa, Chico completou:
— O mais curioso, Divaldo, é que naquele tormento ela esqueceu que Dr. Bezerra comunica-se
comigo.
 
Eu também já fui vítima de uma dessas enfermas da alma, agindo sob o comando de Espíritos
inferiores que pretendem desarticular o equilíbrio dos médiuns e de outros trabalhadores do bem.
Quando era jovem, recebi o convite para o meu casamento, que seria realizado no Rio de
Janeiro. Somente que, a noiva esqueceu-se de combinar comigo que iríamos casar-nos.
Era um convite belíssimo, confeccionado em um papel de extrema qualidade e com uma letra
muito elegante. Quando li o texto estava escrito mais ou menos assim:“Divaldo Pereira Franco e fulana de tal convidam para o seu casamento, que será realizado no dia X, na Igreja do Outeiro da Glória”.
 
Incialmente eu pensei que se tratava de alguém homônimo. Mas piando vi o endereço do noivo
em Salvador percebi que o nubente era eu mesmo! Pensei comigo: “Mas não é possível que isso
esteja acontecendo!”.
Telefonei a uma amiga do Rio, em cujo lar eu normalmente me hospedava, e pedi-lhe algumas
informações:
— Fulana, eu recebi o convite do meu casamento, que será aí na sua cidade. Mas o detalhe é
que eu não conheço a noiva…
Para minha surpresa, a minha amiga estava magoadíssima comigo porque também recebera o
convite, mas até então eu não lhe havia dito nada sobre as bodas. Pedi desculpas, informando que, à sua semelhança, eu também não sabia que iria casar-me.
 
Logo percebi que a noiva era portadora de um grave transtorno de comportamento. Anotei o
endereço que estava no convite e escrevi para o pai, que por certo era outro doente mental. Ele me apresentou a sua versão dos fatos e eu pude elucidar o ocorrido.
Em certa ocasião, eu havia terminado uma palestra no Colégio Militar, naquela cidade, no
bairro da Tijuca. Quando estávamos no momento dos cumprimentos acercou-se-me uma jovem e falou-me:
— Guarde muito bem esta chave! É de um coração que está com D. Fulana de tal.
Notei, imediatamente, que se tratava de uma pessoa desequilibrada.
— Pois não! — respondi sem afetação.
 
Peguei a pequenina chave e guardei-a no bolso, sem dar a menor importância ao fato. Continuei
a cumprimentar outras pessoas e a jovem ficou olhando-me a regular distância, languidamente, com o rostinho de beata admirando a estátua de Santo Antônio… Eu achei estranho, mas não me incomodei. E este foi o meu único contato com a minha futura esposa. Nunca mais a vi em lugar algum.
A anfitriã que me hospedava no seu lar era a portadora do coração, um artefato feito de plástico
para presentear alguém. Peguei aquela peça estranha e fui para casa. Utilizando a chave que me
havia sido entregue, abri o embrulho e havia uma caixa em forma coração, tendo dentro uma carta de amor, que li e logo a atirei à cesta de papéis.
A jovem narrou ao pai que eu estava apaixonado por ela e que lhe havia pedido em casamento.
O pai, que era uma elevada autoridade militar, tomou as providências para o casamento e marcou a data. É fácil notar que o genitor era tão enfermo quanto ela. Querendo ver-se livre da filha problema, tratou de transferir para mim a responsabilidade. Certamente deve ter pensado: “Eu vou jogar a responsabilidade para ele, que é espírita e deve ser uma ótima pessoa. Como espírita precisa carregar um carma para depurar-se. Será uma união perfeita!”.
Infelizmente para ele a sua filha não estava no meu carma. Ela era somente uma carga para me
criar uma situação embaraçosa… 
Não dei importância ao convite e logo procurei esquecer o episódio.

Evangelização Infantil

Interessante programa sobre sobrevivência foi apresentado recentemente pela TV. Uma manada de elefantes era seguida e espreitada por leões famintos. O couro do elefante é duríssimo, verdadeiro desafio para as presas felinas, além de outras características que impõem respeito aos outros animais. Os filhotes-elefantes eram protegidos por todos, ficando entre suas pernas que formavam uma espécie de muralha móvel. Mas os leões não desistiam. Outras espécies animais desenvolvem interessantes meios de proteção à prole. É o instinto da preservação da vida, presente em todos os seres.

O homem, animal racional possui muito mais condições chamadas intelectuais, além de manter as instintivas, embora nem sempre as acione para defender sua prole. Tem o homem reencarnado duas naturezas: a física e a espiritual, sendo esta imortal. Mesmo possuindo condições de raciocinar, escolher e discernir com senso lógico, muitas vezes deixa-se conduzir pelos instintos superados, embora presentes em estado latente. Assim, em geral, valoriza mais os aspectos materiais da existência, procurando ignorar ou deixar para mais tarde o que é essencial. Como, por exemplo, a educação religiosa de seus filhos. Muitos pais dizem: eles são pequenos, quando crescerem eles escolherão o que seguir no sentido religioso. Precisamos respeitar suas opiniões. É compreensível até certo ponto, pois nesta linha de raciocínio, porque então eles não os deixa escolher também a escola, os amigos, a profissão, a namorada (o), as roupas, etc… quando crescerem?

Por quê só Deus pode ficar por último? Por quê só Deus pode esperar? Alguém conseguirá viver sem Deus?

Por quê deixar que o mundo violento e materialista plante o que quiser na cabeça de um filho, conturbando-o quem sabe por quanto tempo, quando seria tão simples e natural, falar-lhe de Deus desde os primeiros e tenros anos de vida, semeando em seu coração puro de criança idéias boas, verdadeiras sementes de luz. Falar de Deus, de suas leis, de seu amor e bondade, de todo o bem que precisamos aprender e praticar.

Não importa que religião ensinar. Todas as religiões são boas e Deus é um só. Mas formar os sentimentos infantis no sentido da religiosidade, independente de qualquer coisa material é de suma importância. A palavra religião é de origem latina e significa Religare – religar o homem a Deus. É esta a missão dos pais, no templo do lar, da família.

Ensinar, educar, exemplificar, evangelizar é a máxima demonstração de responsabilidade e maturidade espiritual.

Helena Delphino Bragatto
Núcleo Kardecista Paz, Amor e Fraternidade.

O Livro Espírita

 

Há na Humanidade um

anseio de comunicação;

desde os primeiros momentos

do renascimento do homem,

ainda nu e totalmente dependente,

sabe o pequeno se comunicar.

           

Comunicação/Sobrevivência

chorando ou sorrindo,

gritando ou falando docemente,

acenando com as mãos

ou com o olhar…

O homem está sempre

buscando comunicar.

           

Desde os primórdios do tempo

nas cavernas de granito

embora a forma humana

seja estranha e bruta,

sua alma extravasa da

ansiedade por se comunicar.

Se hoje o homem conhece

sua história, seu passado,

isto se deve à comunicação

elo de união entre passado

presente e futuro, em constante

transformação.

O livro, de modo geral,

ocupa lugar de destaque.

É a comunicação concreta,

o amigo presente para sentir

e abraçar.

Todas as civilizações possuem

o livro sagrado

de suas vidas gravadas

alma preservada

para a continuidade da vida.

 

Na Bíblia respeitável

no Velho e Novo Testamento

encontramos o Deus único

ensinado por Moisés

mais a lição de Jesus, que

o consciente desperto reduz na

síntese: Amar.          

 
Quantos aflitos irmãos,

doentes, na solidão,

nos cárceres das aflições,

no Livro encontra

orientação e abrigo

nova força para viver

           

            Não pode a matemática

            humana e precária

            registrar quantos seres

            da aflição e do suicídio

            livrou o silencioso

            e humilde amigo…

 

            Na prosa ou poesia

            no romance que delicia

            no estudo que aprofunda

            as questões de filosofia

            ou na ciência esclarecedora

            nos estilos mais variados

            vai o livro amado

            cumprindo sua missão.

 

            Desde as primeiras letras

            que a mão infantil se esforça

            desenhando sem compreender

            o caminho é longo

            junto ao livro amigo

            que ajuda a todos crescer.

           

            Que ternura aflora

            na lembrança do primeiro livro

            que encanto que magia

            impossível esquecer

            ninguém se sente só

            quando aprende a ler.

 

            O Livro Espírita aberto

            é qual pássaro

            buscando a amplidão

            suas folhas, suas asas

            suporte de evolução;

            suas letras, senha espalhada

            bússola de renovação.

Helena Delphino Bragatto

Núcleo Kardecista Paz, Amor e Fraternidade