chico xavier

Chico Xavier

I – NASCIMENTO. SUA INICIAÇÃO ESPÍRITA.

O maior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo em todas as épocas nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Viveu, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado. Completou o curso primário, apenas.

Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil; foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958.

Em 7 de maio de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das quais saíram a público, estampadas à revelia do médium em jornais e revistas, como de autoria de Chico Xavier. Nesse mesmo ano, vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual.

Regressou ao Mundo Espiritual em 30 de junho de 2002, aos 92 anos em Uberaba, de parada cardíaca. Chico Xavier desejava deixar o mundo num dia em que os brasileiros estivessem felizes. Merecidamente Deus atendeu o seu pedido: ele morreu tranqüilo, como uma ave que volta à terra de origem, enquanto o Brasil ainda comemorava o pentacampeonato na Copa do Mundo de Futebol da Koréia / Japão.

II – O MENINO CHICO

Desde os 4 anos de idade o menino Chico teve a sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro… Aquele seu filho era estranho!… De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara Dona Maria João de Deus, a querida mãezinha, que o deixaria órfão aos 5 anos.

Dentro de grandes conflitos e extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra obscena, de um gesto de desobediência.

As “sombras” amigas, porém, não o deixavam… Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais.

O certo é que os seus primeiros anos o marcaram profundamente; ele nunca os esqueceu… A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi em sua vida, conforme ele mesmo o diz, uma bênção indefinível.

Sim, a doença também viera precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem, depois os olhos e por fim a angina.

III – COMEÇO DO SEU MEDIUNATO

Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) iniciou, publicamente, seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo.

Contando 17 anos de idade, recebeu as primeiras páginas mediúnicas.

Em noite memorável, os Espíritos deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade. Dezessete folhas de papel foram preenchidas, celeremente, versando sobre os deveres do espírita-cristão.

Depoimento de Chico Xavier:

(…) “Era uma noite quase gelada e os companheiros que se acomodavam junto à mesa me seguiram os movimentos do braço, curiosos e comovidos. A sala não era grande, mas, no começo da primeira transmissão de um comunicado do mais Além, por meu intermédio, senti-me fora de meu próprio corpo físico, embora junto dele. No entanto, ao passo que o mensageiro escrevia as dezessete páginas que nos dedicou, minha visão habitual experimentou significativa alteração. As paredes que nos limitavam o espaço desapareceram. O telhado como que se desfez e, fixando o olhar no alto, podia ver estrelas que tremeluziam no escuro da noite. Entretanto, relanceando o olhar no ambiente, notei que toda uma assembléia de entidades amigas me fitavam com simpatia e bondade, em cuja expressão adivinhava, por telepatia espontânea, que me encorajavam em silêncio para o trabalho a ser realizado, sobretudo, animando-me para que nada receasse quanto ao caminho a percorrer.”

IV – EMMANUEL E DUAS ORIENTAÇÕES PARA O RESTO DA VIDA

Emmanuel, nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado.

Eis a primeira.

– “Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com Jesus?

– Sim, se os bons espíritos não me abandonarem… -respondeu o médium.

– Não será você desamparado – disse-lhe Emmanuel – mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem.

– E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? – tornou o Chico.

– Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço…

Porque o protetor se calasse o rapaz perguntou:

– Qual é o primeiro?

A resposta veio firme:

– Disciplina.

– E o segundo?

– Disciplina.

– E o terceiro?

– Disciplina.”

A segunda mais importante orientação de Emmanuel para o médium é assim relembrada:

– “Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.”

V – PRODUÇÃO LITERÁRIA

Em 1932 publica a FEB seu primeiro livro, o famoso “Parnaso de Além-Túmulo”; as obras que psicografou vão a mais de 400. Várias delas estão traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc.

De moral ilibada, realmente humilde e simples, Chico Xavier jamais auferiu vantagens, de qualquer espécie, da mediunidade. Sua vida privada e pública foi objeto de toda especulação possível, na informação falada, escrita e televisionada. Apodos e críticas ferinas o colheu de miúdo, sabendo suportá-los com verdadeiro espírito cristão.

Viajou com o médium Waldo Vieira aos Estados Unidos e à Europa, onde visitaram a Inglaterra, a França, a Itália, a Espanha e Portugal, sempre a serviço da Doutrina Espírita. Chico Xavier é hoje uma figura de projeção nacional e internacional, suas entrevistas despertara a atenção de milhares de pessoas, mesmo alheias ao Espiritismo; apareceu em programas de TV, respondendo a perguntas as mais diversas, orientando as respostas pelos postulados espíritas. Recebeu o título de Cidadão Honorário de várias cidades: Rio Preto, São Bernardo do Campo, Franca, Campinas, Santos, Catanduva, em São Paulo; Uberlândia, Araguari e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Campos, no Estado do Rio de Janeiro, etc., etc.

Dos livros que psicografou já se venderam mais de 12 milhões de exemplares, só dos editados pela FEB, em número de 88.

“Parnaso de Além-Túmulo”, a primeira obra publicada em 1932, provocou (e comprovou) a questão da identificação das produções mediúnicas, pelo pronunciamento espontâneo dos críticos, tais como Humberto de Campos, ainda vivo na época, Agripino Grieco, severo crítico literário, de renome nacional, Zeferino Brasil, poeta gaúcho, Edmundo Lys, cronista, Garcia Júnior, etc.

Prefaciando “Parnaso de Além-Túmulo”, escreveu Manuel Quintão: “Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo, Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver ‘Primaveras’; é recitar Castro Alves e sentir ‘Espumas Flutuantes’; é declamar Junqueiro e lembrar a ‘Morte de D. João’; é frasear Augusto dos Anjos e evocar ‘Eu’.”

Romances históricos formam a série Romana, de Emmanuel, composta de: “Há 2000 Anos…”, “50 Anos Depois”, “Ave, Cristo!”, “Paulo e Estevão”, provocando a elaboração do “Vocabulário Histórico-Geográfico dos Romances de Emmanuel”, de Roberto Macedo, estudo elucidativo dos eventos históricos citados nas obras. “Há 2000 Anos…” é o relato da encarnação de Emmanuel à época de Jesus.

De Humberto de Campos (Espírito), aparece, em 1938, o profético e discutido “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, uma história de nossa pátria e dos fatos e ela ligados, em dimensão espiritual.

A série André Luiz é reveladora, doutrinária e científica; com obras notáveis e a maioria completa, no tocante à vida depois da desencarnação, obras anteriores, de Swedenborg, A. Jackson Davis, Cahagnet, G. Vale Owen e outros. Pertencem a essa série: “Nosso Lar”, “Os Mensageiros”, “Missionários da Luz”, “Obreiro da Vida Eterna”, “No Mundo Maior”, “Agenda Cristã”, “Libertação”, “Entre a Terra e o Céu”, “Nos Domínios da Mediunidade”, “Ação e Reação”, “Evolução em dois Mundos”, “Mecanismos da Mediunidade”, “Conduta Espírita”, “Sexo e Destino”, “Desobsessão”, “E a Vida Continua…”.

De parceria com o médium Waldo Vieira, Chico Xavier psicografou 17 obras. A extraordinária capacidade mediúnica de Chico Xavier está comprovada pela grande quantidade de autores espirituais, da mais elevada categoria, que por seu intermédio se manifestam.

Vários de seus livros foram adaptados para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas.

O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o psicográfico. Não foi , todavia, o único. Teve ele outras mediunidades, tais como: psicofonia, vidência, audiência, receitista, e outras.

Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a, o médium, aos sofredores e necessitados, provindos de longínquos lugares, e também aos afazeres medianeiros, pelos quais não aceita, em absoluto, qualquer espécie de paga. Os direitos autorais ele os tem cedido graciosamente a várias Editoras e Casas Espíritas, desde o primeiro livro.

Sua vida e sua obra têm sido objeto de numerosas entrevistas radiofônicas e televisadas, e de comentários em jornais e revistas, espíritas ou não, e em livros dos quais podemos citar: o opúsculo intitulado “Pinga-Fogo, Entrevistas”, obra publicada pelo Instituto de Difusão Espírita, de Araras; “Trinta Anos com Chico Xavier”, de Clóvis Tavares; “No Mundo de Chico Xavier”, de Elias Barbosa; “Lindos Casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama; “40 Anos no Mundo da Mediunidade”, de Roque Jacinto; “A Psicografia ante os Tribunais”, de Miguel Timponi; “Amor e Sabedoria de Emmanuel”, de Clóvis Tavares; “Presença de Chico Xavier”, de Elias Barbosa; “Chico Xavier Pede Licença”, de Irmão Saulo, pseudônimo de Herculano Pires; “Nosso Amigo Xavier”, de Luciano Napoleão; “Chico Xavier, o Santo dos Nossos Dias” e “O Prisioneiro de Cristo”, de R. A. Ranieri; “Chico Xavier – Mandato de Amor”, da U.E.M.; “As Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior, etc. .

VI – O CASO HUMBERTO DE CAMPOS

Desencarnado em 1934 o festejado escritor brasileiro Humberto de Campos, o Espírito deste iniciou, em 1937, pela mediunidade de Chico Xavier, a transmissão de várias obras de crônicas e reportagens, todas editadas pela Federação Espírita Brasileira, entre as quais sobressai “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.

Eis senão quando, em 1944, a viúva de Humberto de Campos ingressa em juízo, movendo um processo, que se torna célebre, contra a Federação Espírita Brasileira e Francisco Cândido Xavier, no sentido de obter uma declaração, por sentença, de que essa obra mediúnica “é ou não do ‘Espírito’ de Humberto de Campos”, e que em caso afirmativo, se apliquem as sanções previstas em Lei.

O assunto causou muita polêmica e, durante um bom tempo, ocupou espaço nos principais periódicos do País.

Para que tenhamos uma idéia do que representou o referido processo na divulgação dos postulados espíritas, resumimos aqui alguns dos principais depoimentos da época extraídos da obra do Dr. Miguel Timponi, o principal advogado que trabalhou na defesa do médium e da FEB. Antes, porém, sintamos a beleza das palavras a seguir, enfeixadas no livro A Psicografia ante os Tribunais:

“Entretanto, lá do Nordeste, desse Nordeste de encantamentos e de mistérios, a voz cheia de ternura e de emoção, de uma velhinha santificada pela dor e pelo sofrimento, D. Ana de Campos Veras, extremosa mãe do querido e popular escritor, rompeu o silêncio para ofertar ao médium de Pedro Leopoldo a fotografia do seu próprio filho, com esta expressiva dedicatória:

Ao Prezado Sr. Francisco Xavier, dedicado intérprete espiritual do meu saudoso Humberto, ofereço com muito afeto esta fotografia, como prova de amizade e gratidão.

Da crª. atª.

Ana de Campos Veras

Parnaíba, 21-5-38.

 

Conforme se vê da edição de ‘O Globo’ de 19 de julho de 1944, essa exma. senhora confirma que o estilo é do seu filho e assegura ao redator de ‘O Povo’ e ‘Press Parga’:

“- Realmente – disse dona Ana Campos – li emocionada as Crônicas de Além-Túmulo, e verifiquei que o estilo é o mesmo de meu filho. Não tenho dúvidas em afirmar isso e não conheço nenhuma explicação científica para esclarecer esse mistério, principalmente se considerarmos que Francisco Xavier é um cidadão de conhecimentos medíocres. Onde a fraude? Na hipótese de o Tribunal reconhecer aquela obra como realmente da autoria de Humberto, é claro que, por justiça, os direitos autorais venham a pertencer à família. No caso, porém, de os juízes decidirem em contrário, acho que os intelectuais patriotas fariam ato de justiça aceitando Francisco Cândido Xavier na Academia Brasileira de Letras… Só um homem muito inteligente, muito culto, e de fino talento literário, poderia ter escrito essa produção, tão identificada com a de meu filho. “

Na noite de 15 de julho de 1944, quando o processo atingia o clímax, o Espírito Humberto de Campos retorna pelo lápis do médium Chico Xavier, tecendo, no seu estilo inconfundível, uma belíssima e emocionante página sobre o triste problema levantado pela incompreensão humana, página que pode ser devidamente apreciada no livro “A Psicografia ante os Tribunais”.

Daí por diante, ele passou a assinar-se, simplesmente, Irmão X, versão evangelizada do Conselheiro XX, como era conhecido nos meios literários quando encarnado.

A Autora, D. Catarina Vergolino de Campos, foi julgada carecedora da ação proposta, por sentença de 23 de agosto de 1944, do Dr. João Frederico Mourão Russell, juiz de Direito em exercício na 8ª Vara Cível do antigo Distrito Federal. Tendo ela recorrido dessa sentença, o Tribunal de Apelação do antigo DF manteve-a por seus jurídicos fundamentos, tendo sido relator o saudoso ministro Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa.

VII – O AMOR DE CHICO XAVIER POR JESUS

Depoimento de Chico Xavier:

“(…) Deus nos permita a satisfação de continuar sempre trabalhando na Grande Causa d’Ele, Nosso Senhor e Mestre. Desde criança, a figura do Cristo me impressiona. Ao perder minha mãe, aos cinco janeiros de idade, conforme os próprios ensinamentos dela, acreditei n’Ele, na certeza de que Ele me sustentaria. Conduzido a uma casa estranha, na qual conheceria muitas dificuldades para continuar vivendo, lembrava-me d’Ele, na convicção de que Ele era um amigo poderoso e compassivo que me enviaria recursos de resistência e ao ver minha mãe desencarnada pela primeira vez, com o cérebro infantil sem qualquer conhecimento dos conflitos religiosos que dividem a Humanidade, pedi a ela me abençoasse segundo o nosso hábito em família e lembro-me perfeitamente de que perguntei a ela:

– Mamãe, foi Jesus que mandou a senhora nos buscar?

Ela sorriu e respondeu:

– Foi sim, mas Jesus deseja que vocês, os meus filhos espalhados, ainda fiquem me esperando…

Aceitei o que ela dizia, embora chorasse, porque a referência a Jesus me tranqüilizava. Quando meu pai se casou pela segunda vez e a minha segunda mãe mandou me buscar para junto dela, notando-lhe a bondade natural, indaguei:

– Foi Jesus quem enviou a senhora para nos reunir? Ela me disse: – Chico, isso não sei… Mas minha fé era tamanha que respondi:

– Foi Ele sim… Minha mãe, quando me aparece, sempre me fala que Ele mandaria alguém nos buscar para a nossa casa.

E Jesus sempre esteve e está em minhas lembranças como um Protetor Poderoso e Bom, não desaparecido, não longe mas sempre perto, não indiferente aos nossos obstáculos humanos, e sim cada vez mais atuante e mais vivo.”

VIII – ISMAEL

Não se pode negar o sentimento de veneração que envolve a nobre figura de Ismael, guia espiritual do Brasil. A responsabilidade que detém, na condição de mentor da Federação Espírita Brasileira suscita, da parte da comunidade espírita nacional, um profundo respeito, aliado a um imenso carinho e uma suave ternura.

Certa vez, indagaram a Chico Xavier:

– Como se processam os encontros, nas esferas resplandecentes da Espiritualidade, de Emmanuel com Ismael? Qual a postura do admirável Espírito do ex-senador romano, diante da também luminosa entidade a quem confiou Jesus os destinos do Brasil?

Resposta do médium, curta, serena e firme:

– De joelhos!

IX – BREVES DEPOIMENTOS SOBRE O MÉDIUM CHICO XAVIER

“A bibliografia mediúnica, que foi acrescida à literatura espírita, nestes últimos cinqüenta anos, nascida do lápis de Chico Xavier – e o espaço não nos permite, sequer, considerações ligeiras sobre suas páginas -, é vultosa, considerável. É qualitativamente admirável. Poderíamos, sem dificuldade, num exame sereno e com absoluta isenção, dividir a obra mediúnica, orientada por Emmanuel, igualmente em fases perfeitamente delineadas, dentro de duas grandes divisões: a primeira, provando a sobrevivência e a imortalidade do espírito – ‘Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho’ – seguida de uma panorâmica da História universal – ‘A Caminho da Luz’ e de alguns manuais do maior valor: ‘Emmanuel, Dissertações Mediúnicas’, ‘O Consolador’, ‘Roteiro’, etc. Enfim, muitos estudos interessantes e instrutivos virão, a seu tempo. E a obra de Francisco Cândido Xavier, criteriosamente traduzida, estará, tempestivamente, à disposição dos leitores do mundo inteiro, juntamente com a de Allan Kardec e da dos autores que cuidaram dos escritos subsidiários e complementares da Codificação. Mas, enquanto isso, e para que tudo ocorra com a tranqüilidade que se almeja na difusão conscienciosa e responsável da Doutrina dos Espíritos, seria de bom alvitre não perder de vista o fato de que Chico Xavier jamais teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não tivesse seguido a rígida disciplina que lhe foi sugerida por Emmanuel, testemunhando e permanecendo na exemplificação do amor ao próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho.

Francisco Thiesen

Presidente da Federação Espírita Brasileira

“…Não me considero à altura para escrever algo sobre o Chico. Dele, dão testemunho (e que testemunho!) as belas obras que semeou e semeia por esse Brasil afora, com reflexos benéficos em diversas nações do mundo. E quando digo ‘obras’, refiro-me não só à palavra escrita e falada, como também aos seus exemplos de caridade, de perdão, de fé, de humildade, aos seus diálogos fraternos e frutíferos, enfim, à sua multiforme vivência evangélica junto a pobres e ricos, num trabalho diário de edificação e levantamento de espíritos.”

“Conheço o Chico há bastante tempo. Nos seus livros mediúnicos encontrei forças, luz e paz, e através de suas cartas pude sentí-lo e amá-lo bem no fundo do seu ser. Por várias vezes chorei com suas preocupações e sua dor, vivendo-lhe as graves responsabilidades e lamentando a incompreensão dos homens. Mas sempre orei pedindo ao Senhor que não lhe tirasse o pesado fardo dos ombros e, sim, que o ajudasse a carregá-lo. Graças a Deus, o nosso caro Chico tem vencido todas as dificuldades e todos os óbices do caminho, numa maratona hercúlea que realmente o dignifica aos olhos dos homens e aos olhos do Pai.”

(Trechos da carta do Sr. Zêus Wantuil, 3° secretário da Federação Espírita Brasileira, à presidente da União Espírita Mineira)

 
X – A PALAVRA DE CHICO XAVIER AO COMPLETAR QUARENTA ANOS DE MEDIUNIDADE (1967)

“Estes quarenta anos de mediunidade passaram para o meu coração como se fossem um sonho bom. Foram quarenta anos de muita alegria, em cujos caminhos, feitos de minutos e de horas, de dias, só encontrei benefícios, felicidades, esperanças, otimismo, encorajamento da parte de todos aqueles que o Senhor me concedeu, dos familiares, irmãos, amigos e companheiros. Quarenta anos de felicidade que agradeço a Deus em vossos corações, porque sinto que Deus me concedeu nos vossos corações, que representam outros muitos corações que estão ausentes de nós. Agora, sinto que Deus me concedeu por vosso intermédio uma vida tocada de alegrias e bênçãos, como eu não poderia receber em nenhum outro setor de trabalho na Humanidade. Beijo-vos, assim, as mãos, os corações. Quanto ao livro, devo dizer que, certa feita, há muitos anos, procurando o contato com o Espírito de nosso benfeitor Emmanuel, ao pé de uma velha represa, na terra que me deu berço na presente encarnação, muitas vezes chegava ao sítio, pela manhã, antes do amanhecer. E quando o dia vinha de novo, fosse com sol, fosse com chuva, lá estava, não muito longe de mim, um pequeno charco. Esse charco, pouco a pouco se encheu de flores, pela misericórdia de Deus, naturalmente. E muitas almas boas, corações queridos, que passavam pelo mesmo caminho em que nós orávamos, colhiam essas flores, e as levavam consigo com transporte de alegria e encantamento. Enquanto que o charco era sempre o mesmo charco. Naturalmente, esperando também pela misericórdia de Deus, para se transformar em terra proveitosa e mais útil. Creio que nesses momentos, em que ouço as palavras desses corações maravilhosos, que usaram o verbo para comentar o aparecimento desses cem livros, agora cento e dois livros, lembro este quadro que nunca me saiu da memória, para declarar-vos que me sinto na condição do charco que, pela misericórdia de Deus, um dia recebeu essas flores que são os livros, e que pertencem muito mais a vós outros do que a mim. Rogo, assim, a todos os companheiros, que me ajudem através da oração, para que a luta natural da vida possa drenar a terra pantanosa que ainda sou, na intimidade do meu coração, para que eu possa um dia servir a Deus, de conformidade com os deveres que a Sua infinita misericórdia me traçou. E peço, então, permissão, em sinal de agradecimento, já que não tenho palavras para exprimir a minha gratidão. Peço-vos, a todos, licença para encerrar a minha palavra despretensiosa, com a oração que Nosso Senhor Jesus Cristo nos legou.”

XI – NA TAREFA MEDIÚNICA

“Pergunta – Em seu primeiro encontro com Emmanuel, ele enfatizou muito a disciplina. Teria falado algo mais?

Resposta – Depois de haver salientado a disciplina como elemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele me disse: ‘Temos algo a realizar.’ Repliquei de minha parte qual seria esse algo e o benfeitor esclareceu: ‘Trinta livros pra começar!’ Considerei, então: como avaliar esta informação se somos uma família sem maiores recursos, além do nosso próprio trabalho diário, e a publicação de um livro demanda tanto dinheiro!… Já que meu pai lidava com bilhetes de loteria, eu acrescentei: será que meu pai vai tirar a sorte grande? Emmanuel respondeu: ‘Nada, nada disso. A maior sorte grande é a do trabalho com a fé viva na Providência de Deus. Os livros chegarão através de caminhos inesperados!’

Algum tempo depois, enviando as poesias de ‘Parnaso de Além- Túmulo’ para um dos diretores da Federação Espírita Brasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito e publicado, em 1932. A este livro seguiram-se outros e, em 1947, atingimos a marca dos 30 livros.

Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual se a tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo: ‘Agora, começaremos uma nova série de trinta volumes!’ Em 1958, indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara. Os 60 livros estavam publicados e eu me encontrava quase de mudança para a cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 de janeiro de 1959. O grande benfeitor explicou-me, com paciência: ‘Você perguntou, em Pedro Leopoldo, se a nossa tarefa estava completa e quero informar a você que os mentores da Vida Maior, perante os quais devo também estar disciplinado, me advertiram que nos cabe chegar ao limite de cem livros.’ Fiquei muito admirado e as tarefas prosseguiram. Quando alcançamos o número de 100 volumes publicados, voltei a consultá-lo sobre o termo de nossos compromissos. Ele esclareceu, com bondade: ‘Você não deve pensar em agir e trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na obrigação de dizer a você que os mentores da Vida Superior, que nos orientam, expediram certa instrução que determina seja a sua atual reencarnação desapropriada, em benefício da divulgação dos princípios espíritas-cristãos, permanecendo a sua existência, do ponto de vista físico, à disposição das entidades espirituais que possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto o seu corpo se mostre apto para as nossas atividades.’

Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual? Emmanuel acentuou: ‘Sim, não temos outra alternativa!’ Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou: ‘A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!’ Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de ‘Desígnios de Cima.’ “

XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Francisco Cândido Xavier psicografou mais de 420 (quatrocentas e vinte) obras mediúnicas, de centenas de autores espirituais, abarcando os mais diversos e diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil, etc. Dias e noites foram por ele ofertados aos seus semelhantes, com sacrifício da própria saúde. Problemas orgânicos acompanharam-lhe a mocidade e a madureza.

Com  abençoados 92 anos de sua vida corporal, Francisco Cândido Xavier retornou à Pátria Espiritual, no dia 6 de junho do ano de 2002, deixando exemplificados os ensinos de Kardec e Jesus. Que Deus o abençoe. Obrigado Chico!

cairbar schutel

Cairbar Schutel

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, a 22 de setembro de 1868 e desencarnado em Matão, Estado de S. Paulo, no dia 30 de janeiro de 1938.

No dealbar do século XX, quando eram ensaiados os primeiros passos no grandioso programa de divulgação do Espiritismo, e quando a Doutrina dos Espíritos era vista como uma novidade que vinha abalar os conceitos até então prevalecentes sobre a imortalidade da alma e a comunicabilidade dos Espíritos, dentre os pioneiros da época, surgiu um vulto que se destacou de forma inusitada, fazendo com que a difusão da nova Doutrina tivesse uma penetração até então desconhecida.

O nome desse seareiro era Caírbar de Souza Schutel, nome esse que se impôs, em pouco tempo, ao respeito e consideração de todos. Ele jamais esmoreceu no propósito de fazer com que a nova revelação, que vinha fazer o mundo descortinar novos horizontes e prometia restaurar, na Terra, as primícias dos ensinamentos legados por Jesus Cristo quase vinte séculos antes, pudesse conquistar os corações dos homens, implantando- se na face do nosso planeta como uma nova força cujo objetivo básico era de extirpar o fantasma do materialismo avassalador.

Biografar um vulto dessa estirpe não é fácil tarefa, uma vez que as suas atividades não conheciam limitações nem eram bitoladas por conveniências de grupos ou de pessoas. Conseqüentemente, tudo aquilo que se disser sobre Caírbar Schutel não passa de uma súmula muito apagada de uma vida cheia de lutas, de percalços e sobretudo de ardente idealismo.

Registraremos, entretanto, alguns dados biográficos desse insigne batalhador espírita:

Caírbar de Souza Schutel, aos nove anos de idade, ficava orfão de pai e, seis meses após, de mãe. Seu avô, Dr. Henrique Schutel, interessou- se pela sua educação, matriculando- o no Colégio Nacional, depois Colégio D. Pedro II, onde estudou durante dois anos.

Animado de novos propósitos, abandonou os estudos e a casa do avô, passando a trabalhar como prático em farmácia, o que fez com que, aos 17 anos de idade já se tornasse respeitaável profissional desse ramo. Nessa época abandonou a antiga Capital Federal e rumou para o Estado de S. Paulo, onde se localizou primeiramente em Piracicaba e logo após em Araraquara e Matão. Esta última cidade era então um lugarejo muito singelo, com poucas casas e dependendo quase que exclusivamente do comércio de Araraquara, a cujo município pertencia.

Nessa humilde cidade, Caírbar Schutel acalentou o propósito de servir à coletividade, o que fez com que batalhasse arduamente para que Matão subisse à categoria de Município. Conseguindo colimar esse desiderato, foi eleito seu primeiro Prefeito.

Homem dotado de ilibado caráter, de ampla visão e de grande humildade, conseguiu conquistar os corações de todos. Na política não enfrentava obstáculos. Deve- se a ele a edificação do prédio da Câmara Municipal, o que fez com seus próprios recursos financeiros.

A política, no entanto, não era o seu objetivo, por isso, tão logo ele teve a sua Estrada de Damasco, representada pela sua conversão ao Espiritismo, abandonou esse campo, passando a dedicar- se inteiramente à nova Doutrina.

Conheceu o Espiritismo através de Manoel Pereira do Prado, mais conhecido por Manoel Calixto, que na época era um dos poucos e o mais destacado espírita do lugar. Embora não sendo profundo conhecedor dos princípios básicos da Codificação Kardequiana, Manoel Calixto conseguiu impressionar o futuro apóstolo, com uma mensagem mediúnica de elevado cunho espiritual, recebida por seu intermédio.

Em seguida a esse episódio, Caírbar integrou- se no conhecimento das obras fundamentais da Doutrina Espírita e, tão logo se sentiu compenetrado daquilo que ela ensina, fundou, no dia l5 de julho de 1904, o primeiro núcleo espírita da cidade e da zona, denominando- o “Centro Espírita Amantes da Pobreza”.

Não satisfeito com essa arrojada realização, no mês de agosto de 1905, lançou a primeira edição do jornal “O Clarim”, órgão esse que vem circulando desde então e que se constituiu, de direito e de fato, num dos mais tradicionais e respeitáveis veículos da imprensa espírita.

Numa época quando pontificava verdadeira intolerância religiosa e quando o Espiritismo e outras religiões sofriam o impacto da ação exercida pela religião majoritária, Caírbar Schutel também teve o seu Calvário: um sacerdote reacionário e profundamente intolerante, resolveu promover gestões no sentido de fechar as portas do Centro Espírita, usando como arma ardilosa uma campanha persistente no sentido de fazer com que a farmácia de Caírbar fosse boicotada pelo povo.

Com o apoio do delegado de polícia, conseguiu deste a ordem para o fechamento do Centro onde se difundia o Espiritismo. Caírbar Schutel, no entanto, não era dos que se intimidam e, contra o padre e o delegado, levantou a barreira da sua autoridade moral e da sua coragem. A ordem do delegado não foi respeitada por atentar contra a letra da Constituição Federal de 1891, e o valoroso espírita foi à praça pública protestar contra tamanho desrespeito. O padre, não tolerando aquela manifestação promovida por Caírbar, também promoveu uma passeata de desagravo. Outros sacerdotes, nessa época, já estavam em Matão, apregoando a necessidade de se manter o “herético” circunscrito, de nada se adquirirem sua farmácia, e, sobretudo proibindo a todos a freqüência ao Centro Espírita.

Em face da tremenda pressão exercida, Caírbar anunciou que falaria ao povo em praça pública, refutando ponto por ponto todas as acusações gratuitas que lhe eram atribuídas pelos sacerdotes. O delegado proibiu- o de falar. Caírbar não acatou a proibição do delegado e, estribando- se na Constituição, dirigiu- se para a praça pública, falando aos poucos que, não temendo as represálias do padre, tiveram a coragem de lá comparecer. Este, por sua vez, expressou a idéia de que, se a liberalíssima Constituição brasileira permitia esse direito a Caírbar, a Igreja de forma alguma consentiria e, aliciando um grupo de homens fanatizados, marchou para a praça pública, cantando hinos e cantorias fúnebres, portando, além disso, vários tipos de armas. O objetivo da procissão noturna era de abafar a voz do orador e atemorizar o povo.

Essa barulhenta manifestação provocou a repulsa de algumas pessoas cultas da cidade, as quais, dirigindo- se à praça, pediram a aquiescência do orador para, de público, manifestarem a desaprovação àquelas manifestações e responsabilizando o padre pelas conseqüências danosas daquele desrespeito à Carta Magna, afirmando que o orador tinha todo o direito de falar e de se defender. Diante dessa reação, o padre ficou assombrado e decidiu dispersar os acompanhantes, o que possibilitou a Caírbar prosseguir na defesa dos seus direitos e dos seus ideais.

Caírbar sabia ser amigo até dos seus próprios inimigos. Sempre inspirava simpatia e respeito. Sempre feliz no seu receituário, tornou- se, dentro em pouco, o Médico dos Pobres e o Pai da Pobreza, de Matão. Além de prescrever o medicamento, ele o dava gratuitamente aos necessitados. Sua residência tomou- se um refúgio para os pobres da cidade. Muitas pessoas eram socorridas pela sua generosidade. Muitos recebiam socorros da mais variada espécie, em víveres, em roupas e sobretudo assistência espiritual.

O sentimento de amor ao próximo teve nele incomparável paradigma. Estava sempre solícito e pronto para socorrer um enfermo ou um obsediado. Atos de renúncia e de desapego eram comuns em sua vida. Sua residência chegou a ser transformada em hospital de emergência para doentes mentais e obsediados. Em vista do crescente número de enfermos, em 1912 alugou uma casa mais ampla, na qual tratava com maiores recursos e com mais liberdade todos aqueles que apelavam para a sua ajuda fraternal.

No dia 15 de fevereiro de 1925, lançou o primeiro número da “Revista Internacional de Espiritismo”, órgão que desde então vem circulando sem solução de continuidade.

Quando foi rasgada a Constituição ultra- liberal de 1891, Caírbar Schutel foi à praça pública apoiando a Coligação Nacional Pró- Estado Leigo, entidade fundada no Rio de Janeiro pelo Dr. Artur Lins de Vasconcelos Lopes. Nesse propósito combateu sistematicamente a pretensão, esposada por alguns grupos, de se introduzir o ensino religioso obrigatório nas escolas. Certa vez programou uma reunião num cinema de cidade vizinha para abordar esse tema. Na hora aprazada ali estavam apenas alguns dos seus amigos, dentre eles José da Costa Filho e João Leão Pitta. Caírbar não se perturbou. Mandou comprar meia dúzia de foguetes e soltou- os à porta do cinema. Daí a 20 minutos o recinto estava repleto.

Foi pioneiro no lançamento de programa espírita pelo rádio, pois em 1936 inaugurou, pela PRD- 4 — Rádio Cultura de Araraquara, uma série de palestras que mais tarde publicou num volume de 206 páginas.

Como jornalista escreveu muito. Durante muito tempo manteve uma secção de crônicas e reportagens no “Correio Paulistano” e na “Platéia”, antigos órgãos da imprensa leiga.

Sua bibliografia é bastante vasta, dela destacamos as seguintes obras: “Espiritismo e Protestantismo”, “Histeria e Fenômenos Psíquicos”, “O Diabo e a Igreja”, “Médiuns e Mediunidade”, “Gênese da Alma”, “Materialismo e Espiritismo”, “Fatos Espíritas e as Forças X”, “Parábolas e Ensinos de Jesus”, “O Espírito do Cristianismo”, “A Vida no Outro Mundo”, “Vida e Atos dos Apóstolos”, “Conferências Radiofônicas”, “Cartas a Esmo” e “Interpretação Sintética do Apocalipse”.

Fundou também a Empresa Editora “O Clarim”, que passou a editar livros de outros autores.

Caírbar Schutel foi um homem de fé, orador convincente, trabalhador infatigável, dinâmico, realizador e portador dos mais vivificantes exemplos de virtude cristã.

Texto extraído de http://www.espirito.com.br/portal/biografias/

batuira

Batuíra

Nasceu Batuíra aos 19 de Março de 1839, em Portugal, na freguesia de Águas Santas, hoje integrada no conselho de Maia. Filho de humildes camponeses, tendo apenas completado a instrução primária, veio, com cerca de 11 anos de idade, para o Brasil, aportando na Guanabara a 3 de Janeiro de 1.850.

Durante três anos trabalhou no comércio da Corte. Daí passou para Campinas-SP, onde ficou por algum tempo até que se transferiu definitivamente para a capital paulista, que na ocasião deveria possuir menos de 30.000 habitantes. Aí, nos primeiros anos, foi distribuidor do “Correio Paulistano”. Naquele tempo, não havia bancas de jornais nos lugares públicos. A entrega se fazia à tarde, de casa em casa, e tão somente aos assinantes.

Diligente, honesto e espírito dócil, Batuíra, como entregador de jornais, ia formando amigos e admiradores em toda parte. Parece que neste período que aprendeu a arte tipográfica, certamente nas próprias oficinas do “Correio Paulistano”.

Batuíra, muito ativo, correndo daqui para acolá, foi apelidado “o batuíra”, nome que o povo dava à narceja, ave pernalta, muito ligeira, de vôo rápido, que freqüentava os charcos na várzea formada, no atual Parque D. Pedro II, pelos transbordamentos do Rio Tamanduateí. O nome do rapazinho era ANTONIO GONÇALVES DA SILVA, mas, de então em diante, tomou para si o apelido de BATUÍRA.

Dentro de pouco tempo, com as economias que reuniu, e naturalmente com o auxilio de pessoas amigas, montou um teatrinho nos fundos de uma taverna da rua Cruz Preta. Naquela modesta casa de espetáculos, muitos amadores fizeram sua estréia, inclusive Batuíra.

Perseverando na sua faina, dedicou-se depois à fabricação de charutos. Assim, com bastante trabalho e economia, Batuíra fazia crescer suas modestas finanças, o que lhe permitiu esposar a Srta. BRANDINA MARIA DE JESUS, de quem teve um filho, JOAQUIM GONÇALVES BATUÍRA, que veio a falecer depois de homem feito e casado.

Audaz como os grandes empreendedores o são, investiu seu dinheiro na compra de áreas desvalorizadas, iniciando a construção de pequenas casas para alugar, tornando-se assim um abastado proprietário, cujos haveres traduziam o fruto de muitos anos de trabalho árduo e honrado, unido a uma perseverança inquebrantável.

Na ocasião em que tudo parecia correr bem, falece, quase repentinamente, o filho único de sua Segunda esposa, D. MARIA DA DORES COUTINHO E SILVA. Era uma criança de doze anos, por quem o casal se extremava em dedicação e carinho.

Este golpe feriu profundamente aquele lar, que só pode encontrar lenitivo à dor na consoladora Doutrina dos Espíritos.

Tão grande foi a paz que o Espiritismo lhes infundiu, que Batuíra imediatamente pôs mãos à obra, no desejo ardente de que outros companheiros de labutas terrenas tivessem conhecimento daquela abençoada fonte de esperanças novas. E dentro daquele corpo baixo e de compleição robusta, um coração de ouro iria dar mais larga expansão aos seus nobres sentimentos de amor ao próximo.

No ano de 1.889, Batuíra passou a ser, na cidade de S. Paulo, o agente exclusivo do “Reformador”, função de que se encarregou até 1.899 ou 1.900.

No dia 6 de Abril de 1.890, restabeleceu o Grupo Espírita Verdade e luz que havia muito “se achava adormecido”.

Adquiriu então uma pequena tipografia, destinada a divulgação e propagação do Espiritismo, editando a publicação quinzenal chamada “Verdade e Luz”, que atingiu no ano de l.897, a marca de 15.000 exemplares.

Batuíra era também médium curador, sendo centenas as curas de caráter físico e espiritual que obtinha ministrando água efluviada ou aplicando “passes magnéticos”.

Em virtude de todos esses fatos, o povo, o mais beneficiado por Batuíra, passou a denominá-lo “Médico dos Pobres”, cognome que igualmente aureolou o nome de Adolfo Bezerra de Menezes.

A ação benemérita de Batuíra não se circunscrevia, entretanto a estas manifestações da caridade cristã. Foi muito mais além. Criou ele Grupos e Centros espíritas em S. Paulo, Minas Gerais, Estado do Rio, os quais animava e assistia; realizou conferências sobre diversos temas doutrinários, em inúmeras cidades de vários Estados, ocasião em que também visitava e curava irmãos sofredores; espalhou gratuitamente prospectos e folhetos de propaganda do Espiritismo, por ele próprio impressos, e distribuiu milhares de livros pelo interior do País.

Batuíra, unido a outros confrades ilustres, constituiu na capital paulista, a 24 de Maio de 1.908, a “União Espírita do Estado de S. Paulo”, que federaria todos os Centros e Grupos existentes no Estado.

Assim era o valoroso obreiro da Terceira Revelação, o incansável lidador que nunca se deixou abater pelas asperezas da jornada, tendo sido incontestavelmente um dos maiores propagandistas do Espiritismo no Brasil.

Carregando sobre os ombros muitas responsabilidades, não sentiu, tão preso se achava ao cumprimento dos seus deveres, que suas forças vitais se esgotavam rapidamente. Súbita enfermidade assalta-lhe o corpo e zombando de todos os recursos médicos, em poucos dias obriga-o a transpor as aduanas do além. Aos 22 de Janeiro de 1.909, Sexta-feira, cerca de uma hora da madrugada, faleceu Sr. ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA BATUÍRA.

Biografia extraída do Livro: “Grandes Espíritas do Brasil”, autoria de ZÊUS WANTUIL

auta souza

Auta de Souza

Auta de Souza nasceu no Estado do Rio Grande do Norte, na pequena cidade de Macaíba, em 12 de setembro de 1876. Quarto filho do casal Eloi Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues de Souza, Auta teve como irmãos mais velhos Henrique Castriciano, Irineu, e o Júnior, e, como caçula, o João Câncio. Desde a infância Auta estudou, segundo Clovis Tavares, “As grandes lições do sofrimento humano”. Sua mãe desencarnou antes que a “cotovia mística das rimas” completasse três anos de idade; o pai seguiu a companheira em 1881, quando Auta tinha, portanto, cinco anos. Os avós maternos de Auta recolhe-a e aos irmãozinhos, levando-os para Recife […] Aos sete anos já sabia ler e escrever, graças a um professor amigo e aos oito anos de idade lia para as crianças pobres, para humildes mulheres do povo ou velhos escravos as páginas simples e ingênuas da História de Carlos Magno…

Na inesquecível noite de 15 de fevereiro de 1887 – Auta tinha dez anos – outra tragédia vem trazer nova e dura provação à mais espiritual das poetisas brasileiras: o mano Irineu, o companheiro de todas as horas, é envolvido pelas chamas de uma lamparina de querosene, que explodiu. O menino resistiu ainda dezoito horas, mas foi finalmente juntar-se aos pais, no além. Essa sucessão de golpes dolorosos marcou profundamente sua alma sensível de mulher, caracterizada por uma pureza cristalina, uma fé ardente um profundo sentimento de compaixão pelos humildes[…] Aos doze anos inicia seus estudos oficiais, no Colégio São Vicente de Paulo. Aí aprende o idioma francês, o que lhe permite ler os mestres da literatura francesa no original. Durante dois anos estuda, recita, verseja, ajuda as irmãs do Colégio, e, principalmente, aprimora sua fé, na leitura constante do Evangelho.

Aos 14 anos inicia “novos e doridos passos do seu calvário”. É a tuberculose que começa a ação devastadora. Desesperançada pelos médicos de Recife, vovó Dindinha retorna com os netos para Macaíba. A grandeza de espírito de Auta mais uma vez se revela: mesmo molestada pela doença implacável, Auta escreve e ensina às crianças as primeiras noções de religião. A enfermidade, todavia, não detém a sua marcha. Torna-se necessário para D. Dindinha peregrinar pelo interior, à procura de clima seco: Angicos, Nova Cruz, Utinga, São Gonçalo, Serra da Raiz, etc., são visitadas. Mas a doença avança, mais e mais… Porém, laureando-se na escola da dor, fez-se intérprete fiel das emoções de todos os que sofrem resignadamente. Por esse motivo, sua poesia recebeu a consagração do carinho popular. Foi na alma do povo que seus versos encontraram a mais profunda repercurção. Francisco Palma, num soneto, define-a como “A COTOVIA MÍSTICA DAS RIMAS”.

Em 07 de fevereiro de 1901, aos 24 anos de idade, Auta de Souza desencarna em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Escreveu um único volume de poemas, “HORTO”, publicado em 1900, pouco antes de sua morte, com prefácio de Olavo Bilac. A primeira edição esgotou-se em dois meses, ocorrendo fato análogo com a segunda edição, em 1911. Até o presente, quatro edições de “HORTO” vieram a público – a terceira prefaciada por Alceu Amoroso Lima, em 1936, e a última, em 1970. Sua produção poética, antes de se chamar “Horto”, tinha o nome de “Dálias”. Todo o livro está impregnado do sentimento cristão que sempre a inspirou.

A mesma simplicidade, a mesma fé, a mesma ternura que emanam dos versos escritos em Espírito, pelas mãos de Francisco Cândido Xavier, podem ser identificados nos poemas da autora encarnada. Entre a larva da jovem enferma e a alma liberta, uma só diferença profundamente confortadora para quantos buscam o confronto sem a exclusiva preocupação de identificação do estilo – na existência física atormentada, é a AVE CATIVA que canta seu anseio de liberdade, o coração resignado que busca no Cristo o consolo das bem-aventuranças prometidas aos aflitos da Terra; além do túmulo, é o pássaro liberto e feliz que, tornando ao ninho dos antigos infortúnios, vem trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à FÉ e à CARIDADE, indicando o rumo certo para conquista da verdadeira vida.

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Bezerra de Menezes

Bezerra de Menezes nasceu na antiga Freguesia do Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama), no Estado do Ceará, no dia 29 de agosto de 1831, desencarnando no Rio da Janeiro, no dia 11 de abril de 1900.

No ano de 1838 entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde, em dez meses apenas, preparou-se, suficientemente, até onde dava os conhecimentos do professor que dirigia a primeira fase de sua educação. Muito cedo revelou a sua fulgurante inteligência, pois aos 11 anos de idade iniciava o curso de Humanidades e, aos 13 anos, conhecia tão bem o latim que ele próprio o ministrava aos seus companheiros, substituindo o professor da classe em seus impedimentos.

Seu pai era um homem relativamente abastado, porém, por efeito de seu bom coração, comprometeu sua fortuna, dando abonos em favor de parentes e amigos, que o procuravam, a fim de explorarem os seus sentimentos de caridade. Percebendo, então, que seus débitos igualavam seus haveres procurou os credores e lhes propôs entregar sua fazendas de criação e tudo o mais que fosse suficiente para integralizar a divida.

Os seus credores recusaram a proposta, dizendo-lhe que pagasse quando e como pudesse. O honrado cidadão insistiu, mas não conseguindo demover seus credores decidiu-se a tornar mero administrador do que fora a sua fortuna, retirando apenas o que fosse necessário para a manutenção de sua família, que passou da abundancia as privações.

Foi nessa fase que Adolfo Bezerra de Menezes, formulando os mais veementes votos de orientar-se pelo caráter integro de seu pai, e com minguada quantia que seus parentes lhe deram, partiu para o Rio de Janeiro, a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava – a Medicina.

Ingressou em novembro de 1852 como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou-se em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1858, concorreu a uma vaga de lente substituto da Seção de Cirurgia da Faculdade de Medicina. Nesse mesmo ano, o mestre Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião-Mor do Exercito, fê-lo nomear seu assistente, com o posto de Cirurgião-Tenente.

Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador Haddock Lobo, sob a alegação de ser medico militar. Com o objetivo de servir o seu partido, que necessitava dele para ter maioria na Câmara, resolveu afastar-se do Exército. Em 1867, foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado numa lista tríplice para uma carreira no Senado.

Quando político, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os políticos honestos, rudes campanhas de injuria, cobrindo seu nome de impropérios entretanto, a prova da pureza de sua alma, deu-a, quando deliberou abandonar a vida publica e dedicar-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía. Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de medico e o auxilio da sua bolsa minguada e generosa.

Afastado interinamente da atividade política, dedicou-se a empreendimentos empresariais criou a Companhia Estrada de Ferro Macae-Campos, na então província do Rio de Janeiro. Posteriormente, empenhou-se na construção da via férrea de Santo Antonio de Pádua, pretendendo leva-la ate o Rio Doce, desejo que não conseguiu realizar. Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872 abriu o Boulevard 28 de Setembro , no então bairro de Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Carril de São Cristóvão. Voltando a política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato ate 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.

Quando o Dr. Carlos Travassos empreendeu a tradução de O Livro dos Espíritos , de Allan Kardec, ofereceu um exemplar, com dedicatória, a Bezerra de Menezes. No dia 16 de agosto de 1886, um auditório com cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade, que enchia o salão de honra da Velha Guarda, ouviu, em silencio, emocionado, atônito, a palavra de ouro do eminente político, do eminente medico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, que proclamava aos quatro ventos a sua adesão ao Espiritismo. Ela era um autentico religioso, no mais alto sentido. Sua pena foi, por isso, desde o primeiro artigo assinado, em janeiro de 1887, posta ao serviço do aspecto religioso do Espiritismo.

Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico, que pelas replicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espírita do Brasil incumbiu Bezerra de Menezes de escrever, aos domingos, no O Paiz , tradicional órgão da imprensa brasileira, dirigido por Quintino Bocaiúva, uma serie de artigos sob o titulo O Espiritismo – Estudos Filosóficos . Os artigos de Max , pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram a época de ouro da propaganda espírita no Brasil. Esses artigos foram publicados, ininterruptamente, de 1886 a 1893.

Bezerra de Menezes tinha o encargo de medico como verdadeiro sacerdócio por isso, dizia: Um medico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se e´ longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate a porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem chora a porta que procure outro, esse não e´ medico, e´ negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse e´ um infeliz, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perdera nos vais-e-vens da vida.

No ano de 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo no Brasil, e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais estreita e indestrutível.

Os Centros Espíritas, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma. Cada um deles exercia sua atividade em um determinado setor, despreocupado em conhecer as atividades dos demais. Esse estado de coisas levou-os a fundação da Federação Espírita Brasileira (FEB).

Nessa época, já existiam muitas sociedades espíritas, porem as únicas que mantinham a hegemonia eram quatro: a Acadêmica, a Fraternidade, a União espírita do Brasil e a Federação espírita Brasileira. Entretanto, logo surgiram entre elas rivalidades e discórdias. Sob os auspícios de Bezerra de Menezes, e acatando importantes instruções, dadas por Allan Kardec, através do médium Frederico Junior, foi fundado o famoso Centro espírita porem nem por isso deixava Bezerra de dar a sua cooperação a todas as outras instituições.

O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e Bezerra de Menezes se viu desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único freqüentador do Centro. A cisão era profunda entre os espíritas que se dividiam em místicos e científicos .

Em 1893, a convulsão provocada no pais, pela revolta da armada, provocou o fechamento de todas as sociedades espíritas. No Natal do mesmo ano, Bezerra encerrava a serie de artigos que vinha publicando em O Paiz .

Em 1894, o ambiente demonstrou tendências de melhora e o nome de Bezerra foi lembrado como o único capaz de unificar a família espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da FEB, cargo que ocupou até 11 de abril de 1900, quando desencarnou, vítima de violento ataque de congestão cerebral.

Devido ao seu Espírito caridoso e prestativo, Bezerra de Menezes mereceu o cognome de O Médico dos Pobres .

Fonte: FEESP – Federação Espírita do Estado de S. Paulo.

Texto elaborado por José Basílio