Desde o momento sublime do nascimento de Jesus
A luz nos aspectos físico e espiritual tem grande e profundo significado, esteja ela presente nos grandes sóis ou nos pirilampos graciosos, nas chamadas fogueiras, nos lampiões, nas modernas iluminações das ruas e avenidas, assim como nos sorrisos, nos olhares e nos gestos de bondade.
Mas há uma luz, que entre todas se destaca, mantendo-se pelos séculos sem fim. É aquela Luz Maior, que esteve no mundo, sem ser do mundo, iluminando com seu amor os corações de todos que o procuravam e procuram até hoje e para sempre. Esta inigualável Luz a irradiar-se é o amor mais puro, é o nosso Mestre Jesus. E Ele nos ensina que a luz não pode ficar debaixo do alqueire, mas no candeeiro, iluminando a todos. Jesus ensinou e exemplificou as leis de Deus, que são também leis naturais para todos, universalmente. O Mestre Sublime não fundou nenhuma religião, mas os seus ensinos são luzes para todos os templos vivos da verdade. Refletindo sobre os templos, vamos encontrá-los em variada expressão, não necessariamente religiosa, pois as escolas são templos de ensino; os hospitais são templos de tratamentos; os lares, templos das famílias; templos religiosos onde indivíduos e coletividades cultuam a Deus, único para todos, embora com muitos nomes, a seu modo e de acordo com a fé que possuem.
Desde o momento sublime do nascimento de Jesus, em humilde manjedoura, a luz se fez para o pobre e angustiado planeta Terra, para nunca mais se apagar. Naquele momento sublime, uma humilde estrebaria se fez dos mais iluminados templos de todas as épocas. Em meio à simplicidade das representações dos reinos da natureza Jesus nasceu entre os homens.
Francisco de Assis, o poeta de Deus, criou o presépio, que em todos os detalhes, se fez mensagem para a Humanidade inteira. O reino mineral, representado no rude chão, terra e pedras misturadas. O reino vegetal, no aconchego das palhas, forrando e aquecendo o divino menino. O reino animal, na docilidade dos irracionais se fez presente, aquecendo o ambiente com o hálito fraterno. O reino hominal, na solidariedade dos pastores e dos reis magos, provando que os homens são iguais perante Deus. O reino angelical, tendo Gabriel à frente, o anjo da anunciação e providência divina, junto a muitos outros, cantavam Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade. Todos os homens trazem a marca da luz, pois todos somos filhos de Deus e Deus é a luz suprema, o bem irrestrito.
Cada um de nós tem o dever de cuidar e exteriorizar esta luz, em todas as expressões de caridade, que não se restringe à esmola, mas ao cumprimento das leis de Deus.
Portanto:
Sê a luz – que se propaga clareando a estrada da redenção;
Sê a luz – e que ela jamais se apague em tua mente e coração;
Sê a luz – que aquece e suaviza as aflições de teu irmão;
Sê a luz – incansável, sublime, varando as trevas da ingratidão;
Sê a luz – ainda que pequenina e trêmula no exemplo do perdão;
Sê a luz – por onde andar, entre todos que encontrar, mitigando a fome, a sede, a solidão, o pesar;
Sê a luz – pequena ou grande, que importa? Pois tens a nobre missão de iluminar em nome do Amor Maior.
Helena Delphino Bragatto
Núcleo Kardecista Paz, Amor e Fraternidade.