Livro: Sexo e Consciência – Divaldo – Relacionamentos Ilusórios
Divaldo contando o que Chico lhe disse:
Narrou-me, como certamente a outros amigos que, em certa ocasião, foi assessorado por uma senhora muito perturbada na área do sexo. Ela tentou seduzi-lo de todas as formas. A dama, que também era médium, conversando com o apóstolo de Uberaba, propôs:
— Chico, eu venho aqui em nome do Dr. Bezerra de Menezes. Eu gostaria de dizer que ele deseja reencarnar em breve. Ele me informou que para isso precisa da minha energia e do seu plasma.
Chico respondeu:
— Então pode dizer-lhe, que irá ficar no Além por muito tempo! Porque o meu plasma ele não
terá de jeito nenhum!
Ao final da narrativa, Chico completou:
— O mais curioso, Divaldo, é que naquele tormento ela esqueceu que Dr. Bezerra comunica-se comigo.
Eu também já fui vítima de uma dessas enfermas da alma, agindo sob o comando de Espíritos inferiores que pretendem desarticular o equilíbrio dos médiuns e de outros trabalhadores do bem.
Quando era jovem, recebi o convite para o meu casamento, que seria realizado no Rio de Janeiro. Somente que, a noiva esqueceu-se de combinar comigo que iríamos casar-nos.
Era um convite belíssimo, confeccionado em um papel de extrema qualidade e com uma letra muito elegante. Quando li o texto estava escrito mais ou menos assim:“Divaldo Pereira Franco e fulana de tal convidam para o seu casamento, que será realizado no dia X, na Igreja do Outeiro da Glória”.
Incialmente eu pensei que se tratava de alguém homônimo. Mas piando vi o endereço do noivo
em Salvador percebi que o nubente era eu mesmo! Pensei comigo: “Mas não é possível que isso
esteja acontecendo!”.
Telefonei a uma amiga do Rio, em cujo lar eu normalmente me hospedava, e pedi-lhe algumas informações:
— Fulana, eu recebi o convite do meu casamento, que será aí na sua cidade. Mas o detalhe é que eu não conheço a noiva…
Para minha surpresa, a minha amiga estava magoadíssima comigo porque também recebera o convite, mas até então eu não lhe havia dito nada sobre as bodas. Pedi desculpas, informando que, à sua semelhança, eu também não sabia que iria casar-me.
Logo percebi que a noiva era portadora de um grave transtorno de comportamento. Anotei o endereço que estava no convite e escrevi para o pai, que por certo era outro doente mental. Ele me apresentou a sua versão dos fatos e eu pude elucidar o ocorrido.
Em certa ocasião, eu havia terminado uma palestra no Colégio Militar, naquela cidade, no bairro da Tijuca. Quando estávamos no momento dos cumprimentos acercou-se-me uma jovem e falou-me:
— Guarde muito bem esta chave! É de um coração que está com D. Fulana de tal.
Notei, imediatamente, que se tratava de uma pessoa desequilibrada.
— Pois não! — respondi sem afetação.
Peguei a pequenina chave e guardei-a no bolso, sem dar a menor importância ao fato. Continuei a cumprimentar outras pessoas e a jovem ficou olhando-me a regular distância, languidamente, com o rostinho de beata admirando a estátua de Santo Antônio… Eu achei estranho, mas não me incomodei. E este foi o meu único contato com a minha futura esposa. Nunca mais a vi em lugar algum.
A anfitriã que me hospedava no seu lar era a portadora do coração, um artefato feito de plástico para presentear alguém. Peguei aquela peça estranha e fui para casa. Utilizando a chave que me
havia sido entregue, abri o embrulho e havia uma caixa em forma coração, tendo dentro uma carta de amor, que li e logo a atirei à cesta de papéis.
A jovem narrou ao pai que eu estava apaixonado por ela e que lhe havia pedido em casamento.
O pai, que era uma elevada autoridade militar, tomou as providências para o casamento e marcou a data. É fácil notar que o genitor era tão enfermo quanto ela. Querendo ver-se livre da filha problema, tratou de transferir para mim a responsabilidade. Certamente deve ter pensado: “Eu vou jogar a responsabilidade para ele, que é espírita e deve ser uma ótima pessoa. Como espírita precisa carregar um carma para depurar-se. Será uma união perfeita!”.
Infelizmente para ele a sua filha não estava no meu carma. Ela era somente uma carga para me
criar uma situação embaraçosa…
Não dei importância ao convite e logo procurei esquecer o episódio.